Novas perspectivas no tratamento da infecção por HIV?

21/03/2020 19:47

Sabemos que o desenvolvimento de múltiplas classes de drogas antirretrovirais revolucionou a farmacoterapia da infecção por HIV e permitiu uma mudança brusca no prognóstico dessa condição. Hoje é corriqueiro que pessoas vivendo com HIV apresentem carga viral indetectável e contagens de linfócitos T CD4+ em níveis normais. No entanto, uma importante limitação do tratamento advém da necessidade de adesão por parte do paciente a esquemas terapêuticos com drogas orais em posologias diárias (e em alguns casos, como no esquema padrão do nosso país, com mais de uma dose diária).

Recentemente uma série de estudos randomizados vem sendo feitos com o intuito de aprovar uma nova apresentação de antirretrovirais: uma combinação em dose fixa de cabotegravir e rilpivirina, que possibilita aplicação intramuscular com posologia mensal.

Nesta quinta-feira, foram publicados dois ensaios clínicos randomizados de fase III no New England Journal of Medicine comparando o esquema de longa ação a terapia antirretroviral oral com dolutegravir, abacavir e lamivudina. O estudo FLAIR fez essa avaliação em pacientes recém-diagnosticados após indução com terapia antirretroviral oral; e o estudo ATLAS fez a mesma avaliação em pacientes que já vinham em tratamento com carga viral indetectável.

Os resultados parecem promissores, com ambos os estudos demonstrando a não-inferioridade desse novo esquema em relação aos esquemas orais. É possível que tenhamos novas alternativas no horizonte para maximizar comodidade posológica e melhorar a adesão das pessoas vivendo com HIV.

https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1909512?query=featured_home

https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1904398?query=featured_home

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