Um comprimido todo dia, toda semana, todo mês ou todo semestre?

Artigo: Effects of Oral Ibandronate Administered Daily or Intermittently on Fracture Risk in Postmenopausal Osteoporosis

Um dos desfechos clínicos mais temidos na atenção primária, especialmente em idosos e mulheres na pós-menpausa, são as quedas e as fraturas não traumáticas. Para isso, desde a década de 60 a classe de medicamentos dos bisfosfonatos vem sendo utilizada no combate à osteoporose, sendo uma das primeiras armas farmacológicas antirreabsortção óssea em nosso arsenal médico. E esta classe vem com representantes de várias cores e formas: no artigo hoje trazemos à tona o trial que permitiu o lançamento do ibandronato no mercado em 2009, após resultados promissores sobre o desfecho clínico primário avaliado (fraturas osteoporóticas) vs placebo, num ensaio randomizado, paralelo, duplo-cego e multi-cêntrico (América do Norte e Europa), com 2.946 participantes. Embora não tenha avaliado outros desfechos clínicos relevantes no contexto das quedas (isto é, fratura de fêmur, rádio e pelve), foi observada, numa análise por intenção de tratar, uma redução significante de 62% e 50% do risco de novas fraturas vertebrais no regime de ibandronato diário e intermitente (>3 meses de intervalo entre doses), respectivamente, em comparação ao grupo controle num período de 3 anos de estudo. Além disso, desfechos secundários sugeriram tanto a estabilização quanto a melhora da progressão dos parâmetros radiográficos em densitometrias ósseas de controle. Atualmente, o ibandronato é comercializado no Brasil na dose de 150mg em dose mensal, a um custo-mês de tratamento girando em torno de R$130.