A profilaxia secundária é eficaz na prevenção da progressão da doença cardíaca reumática latente?

29/01/2022 16:40

Um estudo randomizado e controlado realizado em Uganda, de julho de 2018 a outubro de 2020, publicado no NEJM, avaliou a profilaxia secundária com penicilina G benzatina intramuscular, em comparação com nenhuma profilaxia, em adolescentes e crianças com doença cardíaca reumática latente. Os critérios de inclusão foram crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, com ecocardiogramas de triagem anormais que foram diagnosticados com doença cardíaca reumática latente. O grupo de profilaxia recebeu penicilina G benzatina intramuscular a cada 4 semanas por 2 anos, enquanto os do grupo controle não recebem profilaxia e nem placebo. O desfecho primário foi a preogressão ecocardiográfica de doença reumática cardíaca latente em 2 anos. Do total de 102 mil crianças, foram selecionadas 3327, das quais 818 foram elegíveis por terem diagnóstico confirmado por ecocardiograma e 799 percemanecem até o fim do estudo. Dentre os 399 participantes do grupo de profilaxia, 3 (0,8%) tiveram progressão ecocardiográfica da doença cardíaca remática em 2 anos, enquanto 33 de 400 (8,2%) dos participantes do grupo controle tiveram essa progressão, sendo que, destes participantes que progrediram, 3 do grupo de profilaxia e 16 do controle desenvolveram cardiopatia reumática moderada ou grave. A regressão ecocardográfica da doença cardíaca reumática latente ocorreu em 195 (48,95) do grupo de profilaxia e 191 participantes (47,8%) no grupo controle. Em análise de subrupo de resultados primários e secundários entre os que tinham doença definida no início do estudo, 2,5% do grupo de profilaxia e 11,9% do grupo de controle tiveram progressão ecocardiográfica. Daqueles com doença limítofe no início do estudo, 0,3% do grupo de profilaxia e 7,5% do controle tiveram a progressão da doença. Efeitos adversos graves (anafilaxia e lesão no nervo ciático) ocorreram em 2 participantes, sendo atribuíveis ao recebimento de profilaxia. Os dados obtidos demonstram que a profilaxia secundária reduziu o risco de progressão da doença cardíaca reumática latete em crianças e adolescente, mas são necessárias mais pesquisas para avaliação da efetiva implementação dessa conduta.

Para saber mais, clique aqui para acessar o artigo completo.

Download

Clique na imagem abaixo e leia a segunda edição do nosso E-book sobre MBE gratuito para levar onde quiser.