Adiantar ou atrasar o CATE em pacientes pós-PCR extra-hospitalar?

Sabe-se que a taxa de mortalidade de uma parada cardiorrespiratória no ambiente extra-hospitalar é bastante elevada e que faz parte do fluxo inicial do paciente pós-parada a realização de cateterismo cardíaco. No entanto, o momento ideal para a realização do CATE em pacientes pós-parada sem supra de ST ainda não é bem esclarecido. Para esclarecer esse tópico, estudo TOMAHANWK realizou um ensaio clínico randomizado aberto e multicêntrico, incluindo 554 pacientes pós-parada extra-hospitalar sem supra desnivelamento do segmento ST e com idade maior do que 30 anos. Os pacientes foram aleatoriamente alocados no grupo que realizaria angiografia coronariana imediata ou no grupo que realizaria o CATE apenas em casos selecionados e de forma mais tardia (>24h). O desfecho primário analisado foi morte por qualquer causa em até 30 dias, o qual não se mostrou diferente entre ambos os grupos, com um Hazard Ratio de 1,28, porém com um intervalo de confiança que toca o valor de nulidade e ainda com P>0,05. Mesmo os desfechos secundários de segurança, tais como sangramentos, acidentes vasculares encefálicos e progressão para insuficiência renal, aconteceram em taxas próximas em ambos os grupos. Desse modo, apesar de se tratar de um estudo aberto e, teoricamente, sujeito a certos vieses, é importante destacar a escolha adequada de um desfecho duro para a análise do impacto da intervenção somado à dificuldade de se fazer ajustes mais finos nos vieses de confusão em virtude da própria história natural da PCR e do pós-parada que apresenta intrinsecamente alta morbimortalidade. Trata-se, portanto, de um estudo que soma mais uma evidência à equivalência entre as duas abordagens terapêuticas-diagnósticas devendo, mas que ainda deve ser individualizado para as condições de cada paciente nesse cenário crítico.

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