É hora de repensar o tratamento de 2ª linha do HIV?

25/07/2021 14:00

Sabe-se que o esquema de primeira linha do HIV recomendado pela OMS, no momento, é composto por dolutegravir, tenofovir e lamivudina. Porém, e quanto à evidência dos esquemas de segunda linha, após falha do esquema inicial de tratamento? Publicado há pouquíssimos dias no New England Journal of Medicine, o NADIA Trial se configura como um ensaio clínico randomizado, multicêntrico, aberto, de não inferioridade, cujo objetivo foi o de avaliar se o dolutegravir seria não inferior ao darunavir em uma população de pacientes que estavam mudando para terapia de segunda linha - tendo em vista que o darunavir é recomendado como um esquema alternativo de 2ª linha com eficácia reconhecida, mesmo diante de resistência cruzada -, além de avaliar se a manutenção do tratamento com tenofovir seria não inferior à mudança para a zidovudina, atualmente recomendada pelas diretrizes da OMS. Foram elegíveis pacientes com menos 12 anos de idade; uso de tenofovir, lamivudina (ou emtricitabina) e um inibidor não nucleosídeo por pelo menos 6 meses continuamente antes da triagem, sem ter deixado tratamento por mais de 3 dias no mês anterior à triagem; e carga viral de pelo menos 1000 cópias. Foram excluídos pacientes com uso prévio de medicamentos inibidores de protease ou integrase, gestação atual, insuficiência hepática grave ou TFG abaixo de 50. O desfecho primário para ambas as comparações foi uma carga viral de menos de 400 cópias na semana 48. A margem de não inferioridade estabelecida foi de 12 pontos percentuais de diferença, em relação à porcentagem de pacientes com carga viral inferior a 400 cópias. 464 pacientes foram submetidos à randomização. Uma carga viral na semana 48 de menos de 400 cópias foi observada em 90,2% dos pacientes no grupo do dolutegravir (212 de 235) e em 91,7% daqueles no grupo do darunavir (210 de 229), sendo a diferença de 1,5 pontos percentuais (p = 0.58 para superioridade). Já na comparação entre tenofovir e zidovudina, atingiram o desfecho primário 92,3% dos pacientes no grupo do tenofovir (215 de 233) e 89,6% daqueles em o grupo da zidovudina (207 de 231), com diferença de 2,7 pontos percentuais (p = 0.32 para superioridade). O artigo concluiu, então, que dolutegravir em combinação com inibidores nucleosídeos (INTRs) foi eficaz no tratamento de pacientes com infecção por HIV-1, incluindo aqueles com resistência extensa aos INTRs. Tenofovir foi não inferior à zidovudina como terapia de segunda linha.

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