Há benefício com uso de clortalidona em pacientes com HAS e DRC avançada?

16/01/2022 16:00

Tendo em vista que há poucas evidências que suportem o uso de diuréticos tiazídicos como opção medicamentosa para hipertensão arterial sistêmica (HAS) no cenário da doença renal crônica (DRC) avançada, houve a publicação de, no final de 2021, no New England Journal of Medicine, um Ensaio Clínico Randomizado, duplo cego e controlado por placebo, cujo objetivo foi analisar se a clortalidona, diante de pacientes com DRC avançada e HAS não controlada, diminuiria a pressão arterial sistólica (PAS) ambulatorial de 24 horas (do início do estudo até completar 12 semanas), além de reduzir, enquanto desfecho secundário, relação albumina-creatinina urinária, NT-proBNP, renina e aldosterona plasmáticas bem como volume corporal total. Os pacientes elegíveis tinham DRC estágio IV (15-30 mL/min/1.73m²) e hipertensão não controlada (PA ambulatorial média de 24h ≥ 130/80); foram excluídos pacientes que tiveram PAS ambulatorial média ≥ 160/100, sofreram AVC ou IAM, foram hospitalizados por IC nas últimas 12 semanas antes da randomização, estavam recebendo doses altas de diuréticos de alça ou receberam tiazídicos nas últimas 12 semanas antes da randomização. Os pacientes deveriam estar recebendo, no momento da randomização, IECA ou BRA ou betabloqueador. Um total de 140 pacientes (88% dos pacientes inscritos) completaram o período experimental de 12 semanas. O resultado primário do estudo foi a mudança na PAS ambulatorial de 24 horas desde o início até 12 semanas: -11,0 mmHg (IC 95%, -13,9 a -8,1) no grupo clortalidona e -0,5 mmHg (IC 95%, -3,5 a 2,5) no grupo placebo, com um diferença entre os grupos de -10,5 mm Hg (IC 95%, -14,6 a -6,4) (P <0,001). A alteração percentual na relação albumina-creatinina urinária foi menor no grupo clortalidona do que no grupo placebo em 50 pontos percentuais (IC 95%, 37 a 60). Apesar dos resultados promissores, o estudo foi pequeno e curto para definir se a redução substancial da PA, no cenário em questão, traduz-se em benefícios cardiorrenais.

 
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