Ivermectina e COVID-19: estudo prospectivo, randomizado, duplo cego e controlado não demonstrou benefício em resolução mais rápida dos sintomas

07/03/2021 12:00

Com base em estudo in vitro cuja dose administrada foi muito mais elevada do que a feita in vivo, a ivermectina vem sendo amplamente prescrita como um tratamento potencial para COVID-19, mesmo diante de probabilidade pré-teste muito baixa - sendo válido lembrar que probabilidade não é determinada por plausibilidade e que depende do resultado de estudos prévios ou evidências indiretas -, além da ausência de estudos com boa metodologia que comprovem seu benefício clínico.

Nesta semana, no JAMA, foi publicado um ensaio clínico randomizado, duplo cego e controlado por placebo, realizado em um centro colombiano, cujo objetivo foi o de avaliar se a ivermectina seria capaz de acelerar a recuperação em pacientes com COVID-19 quando administrada durante os primeiros dias de infecção. O desfecho primário foi o tempo desde a randomização até a resolução completa dos sintomas dentro do período de acompanhamento de 21 dias. A análise primária incluiu 398 pacientes, alocados para receber por 05 dias ivermectina 300mcg/kg/dia (200) ou placebo (198). O desfecho primário não foi significativamente diferente entre os grupos (HR 1,07; IC 95% , 0,87-1,32; p = 0,53), assim como os desfechos secundários. De maneira geral, com a dose administrada, a ivermectina foi bem tolerada sem eventos adversos importantes. Como não há evidência de benefício da droga em questão nesse cenário, não há motivos para prescrevê-la, sendo importante lembrar que o ônus da prova está na comprovação de eficácia e não na de ineficácia. 

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