PETest 153

19/02/2022 10:54

(AREMG-PSU-2020)

 

Mulher de 83 anos é levada à UPA pela cuidadora como relato de piora do estado geral, prostração, recusa alimentar e falta de interação com terceiros desde a manhà do dia anterior. Vive em instituição de longa permanência e apresenta demência de Alzheimer. Habitualmente se alimenta de dieta pastosa com auxílio, requer assistência para a higiene pessoal e para se vestir, não tem controle esfincteriano, preserva a fala e a interação com outras pessoas. Ao exame físico, apresenta FC 104 bpm, FR 17 irpm, PA 130/90 mmHg, Tax 36,8 °C. Está sonolenta, gemente, apresenta abertura ocular ao chamado e localiza o estímulo doloroso. As mucosas estão hipocoradas e desidratadas. Restante do exame físico sem alterações.

Exames de laboratório: Hb 12,4 g/dL; LG 7.000/mm3, Pla 201.000/mm3, PCR 5 mg/L. Exame de urina (amostra colhida por sondagem vesical): densidade 1.020; pH 6,0; nitrito negativo; esterase leucocitária ++; proteínas+; hemoglobina +; 15 piócitos/campo, 11 hemácias/campo. Bacterioscopia de gota de urina não centrifugada: numerosos bastonetes Gram negativo.

 

Assinale a conduta imediata MAIS ADEQUADA nesse caso.

 

A) Administrar ceftriaxona pela via IV

B) Administrar Piperaciclina + Tazobactam pela via IV

C) Prescrever Hidratação por sonda nasoentérica

D) Prescrever hidratação IV e progredir na investigação diagnóstica.

 

PET comenta:

Paciente idosa, com demência avançada (totalmente dependente para Atividades Básicas de Vida Diária) com mudança clínica súbita, em delirium hipoativo. Pelo exame físico há sinais de desidratação, dessa forma a hidratação endovenosa é a mais adequada em decorrência de rebaixamento do nível de consciência da paciente e gravidade Pacientes institucionalizados e com muitas morbidades podem não apresentar sinais ou sintomas típicos de infecção, sendo alterações cognitivas e declínio funcional as mais frequentes. O diagnóstico de ITU exige leucocíturia (> 10 leucócitos por campo) e uma bacteriúria significativa (100.000 UFC ou mais), que não está presente no exame, que pode caracterizar apenas uma colonização por E. coli. Dessa forma, continuar a investigação para outros focos infecciosos ou outras etiologia é o mais adequado.

 

Referência bibliográfica:

HCOR. Protocolo de Delirium: Prevenção, Diagnóstico e tratamento. Associação Beneficente Síria, São Paulo. 2020. https://www.hcor.com.br/area-medica/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/6-PROTOCOLO_DELIRIUM-1.pdf

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