Qual o impacto da etnia e ancestralidade no cálculo da taxa de filtração glomerular estimada?

19/12/2021 11:00
Recentemente, a inclusão de critérios étnicos no cálculo da taxa de filtração glomerular, em equações como MDRD e CKD-EPI, tem se tornado um assunto controverso no meio médico. Nesse sentido, o estudo CRIC, publicado no New England Journal of Medicine em novembro de 2021, buscou elucidar alternativas às equações de TFGe já estabelecidas, mantendo boa acurácia e sem o uso da variável étnica. Para tanto, os pesquisadores utilizaram dados provenientes de um grande estudo observacional, prospectivo e multicêntrico sobre adultos com doença renal crônica. A análise incluiu 1248 participantes que disponibilizaram informações como a identificação étnico-racial autorreferida, marcadores genéticos de ancestralidade, níveis de creatinina sérica, cistatina C sérica e de creatinina urinária de 24h. Foram comparados diversos métodos de cálculo de TFG estimada com a taxa de filtração glomerular diretamente mensurada. Por meio das análises estatísticas, foi percebido que o cálculo da TFG utilizando os critérios de creatinina sérica, idade e sexo, mas sem incluir a etnia dos participantes tendia a subestimar a taxa de filtração glomerular da população negra. Por outro lado, cálculos utilizando cistatina C em substituição à creatinina sérica mostraram-se suficientemente acurados para toda a população estudada, independentemente da identificação étnico-racial ou dos marcadores genéticos de ancestralidade. Desse modo, observa-se que o uso de cistatina C para o cálculo de TFG configura-se como uma alternativa plausível e acurada para a avaliação da função renal, sobretudo para a população negra. Apesar de se tratar de um estudo de variáveis laboratoriais e não desfechos clínicos propriamente ditos, o estudo CRIC configura-se como uma pesquisa de grande importância, sobretudo, em função do questionamento dos paradigmas científicos e métodos laboratoriais amplamente utilizados na medicina clínica da atualidade, além de trazer à tona discussões sobre questões étnico-raciais, ainda tão pouco debatidas na medicina.
Recentemente, a inclusão de critérios étnicos no cálculo da taxa de filtração glomerular, em equações como MDRD e CKD-EPI, tem se tornado um assunto controverso no meio médico. Nesse sentido, o estudo CRIC, publicado no New England Journal of Medicine em novembro de 2021, buscou elucidar alternativas às equações de TFGe já estabelecidas, mantendo boa acurácia e sem o uso da variável étnica. Para tanto, os pesquisadores utilizaram dados provenientes de um grande estudo observacional, prospectivo e multicêntrico sobre adultos com doença renal crônica. A análise incluiu 1248 participantes que disponibilizaram informações como a identificação étnico-racial autorreferida, marcadores genéticos de ancestralidade, níveis de creatinina sérica, cistatina C sérica e de creatinina urinária de 24h. Foram comparados diversos métodos de cálculo de TFG estimada com a taxa de filtração glomerular diretamente mensurada. Por meio das análises estatísticas, foi percebido que o cálculo da TFG utilizando os critérios de creatinina sérica, idade e sexo, mas sem incluir a etnia dos participantes tendia a subestimar a taxa de filtração glomerular da população negra. Por outro lado, cálculos utilizando cistatina C em substituição à creatinina sérica mostraram-se suficientemente acurados para toda a população estudada, independentemente da identificação étnico-racial ou dos marcadores genéticos de ancestralidade. Desse modo, observa-se que o uso de cistatina C para o cálculo de TFG configura-se como uma alternativa plausível e acurada para a avaliação da função renal, sobretudo para a população negra. Apesar de se tratar de um estudo de variáveis laboratoriais e não desfechos clínicos propriamente ditos, o estudo CRIC configura-se como uma pesquisa de grande importância, sobretudo, em função do questionamento dos paradigmas científicos e métodos laboratoriais amplamente utilizados na medicina clínica da atualidade, além de trazer à tona discussões sobre questões étnico-raciais, ainda tão pouco debatidas na medicina.
 
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