Qual o prognóstico em relação aos pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica?

11/12/2021 16:09

Publicado em outubro de 2021 no NEJM, o estudo prospectivo e não intervencional acompanhou, durante cerca de 4 anos, pacientes diagnosticados com esteatose hepática não-alcoólica, com consumo médio de menos de 20g de álcool/dia para mulheres e menos de 30g para homens, com critério de exclusão para pacientes que não se enquadravam nesse tipo de esteatose, que tenham recebido transplante hepático ou que possuíam câncer hepatocelular. A cada 48 semanas eram coletados dados clínicos e laboratoriais dos participantes do estudo. Os desfechos principais consistiam em morte por qualquer causa, descompensação hepática, MELD de 15 ou superior, câncer hepatocelular, câncer não hepático, eventos cardiovasculares e eventos cerebrovasculares. Como desfechos de interesse estavam surtos de doenças coexistentes, como DM 2, hipertensão e doença renal crônica. Foram incluídos 1773 pacientes, sendo a maioria portadora de esteatohepatite definitiva (55%) e 30% portadores de fibrose ou cirrose. A incidência de morte foi de 3% (complicações hepáticas e cardiovasculares, câncer e sepse como principais causas), com maior mortalidade entre os que tinham descompensação hepática antes da inscrição no estudo, 37 participantes apresentaram um novo evento de descompensação, sendo mais comum a encefalopatia. O desfecho não-hepático mais comum foi a hipertensão de início recente, seguido por doença renal crônica, além de 9 casos de carcinoma hepatocelular. Como resultados, a mortalidade foi associada ao estágio de fibrose no início do estudo, aumentando conforme o grau de fibrose, de 0,32 no estágio F0-F2 para 1,76 no estágio F4, assim como a descompensação hepática, o carcinoma hepatocelular, a incidência de DM II, hipertensão e diminuição de filtração glomerular foram maiores em pacientes com fibroses no estágio F4. Contudo, os eventos cardíacos e cânceres não hepáticos apresentaram índices semelhantes entre os diferentes níveis de fibrose. Assim, o estudo demonstra a associação entre estágios F3 e F4 da fibrose com a descompensação hepática e óbito em pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica. 

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