Questão 75

04/05/2020 19:09

Homem de 29 anos com antecedente de hipertensão arterial sistêmica há cerca de 5 anos, em uso regular de Enalapril e Anlodipina, vem para consulta para avaliação clínica de rotina. Refere episódios isolados de câimbras, principalmente em membros inferiores. Ao exame físico: IMC=22,5 Kg/m2; pressão arterial: 154 x 102 mmHg; fundo de olho com arteríolas em fio de cobre e papilas nítidas. Ausculta cardíaca com hiperfonese de B2. O hemograma não apresenta alterações: creatinina 1,0 mg/dL; potássio 2,4 mEq/L; EAS normal. A ultrassonografia abdominal apresenta rins normais e simétricos. Diante do quadro apresentado e dos resultados dos exames, a provável causa da hipertensão arterial desse paciente é

A) Síndrome de Cushing

B) Hiperaldosteronismo primário

C) Hipotireoidismo

D) Feocromocitoma

 

PET comenta: Trata-se de um paciente jovem (menos de 30 anos de idade) com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS). Portanto, devem ser investigadas causas secundárias de hipertensão.

As causas mais comuns de hipertensão secundária são: doença parenquimatosa renal, estenose de artéria renal, síndrome de cushing, hiperaldosteronismo, feocromocitoma, hiperparatireoidismo, hipo ou hipertireoidismo, apneia obstrutiva do sono e coartação de aorta.

Síndrome de Cushing se apresenta habitualmente com ganho ponderal, fácies cushingoide, estrias violáceas, presença de giba, estrias purpúricas e obesidade central. Logo, não é compatível com o exame físico do paciente. Seu rastreio através de exames é feito com a dosagem do cortisol às 08h da manhã após uso de 1mg de dexametasona às 23h do dia anterior.

Hiperaldosteronismo frequentemente cursa com hipertensão resistente associada a hipocalemia (uma vez que há uma atividade exacerbada da aldosterona).

Hipotireoidismo cursa com sintomas inespecíficos, mas frequentemente produz fadiga, ganho de peso, perda de cabelo e fraqueza muscular.

Feocromocitoma normalmente pode se apresentar com cefaleia e episódios de sudorese associada a palpitações

Portanto, considerando o quadro clínico do paciente de hipertensão associada a hipocalemia, a causa secundária mais provável é hiperaldosteronismo (letra B).

 

REFERÊNCIAS:

Manual de Cardiologia Cardiopapers, 1ª Edição

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